Outro dia
viu tristeza
Saindo
daquele olhar.
Não pôde
admitir,
Nem mesmo se
conformar,
Pois a dor
dos contratempos
Basta a ele
carregar.
Decidiu
correr atrás
De um mito
muito famoso,
Montou em seu
alazão,
Forte,
ligeiro, formoso.
Saiu no
galope veloz,
Valente e
esperançoso.
Correu
mundo, procurou,
Visitou
vales e montes.
Jogou moeda
nas fontes,
Vasculhou as
cercanias.
Fez de tudo
pra encontrar
A Arca das
Alegrias.
Esse mito
caboclo
Venceu
muitos valentões,
Foi o desejo
da vida
De
príncipes, condes, barões.
Pois a Arca
da Alegria
Tira da
noite pro dia
Toda a dor
dos corações.
Dizem que
esta arca,
Criada no
arco-íris,
É o remédio
mais do que certo
Pra todas as
cicatrizes.
Foi feita há
muito tempo,
Por deuses
muito felizes.
Desceu o
vale profundo,
Com o povo
foi falar,
Aprendeu com
quem detém
A Sabedoria
popular.
Falou com a
velha senhora,
Sentou na
mesa do bar.
Entendeu que
aquele povo,
Feliz, rindo
a cantar,
Trabalha,
acorda cedo,
Antes do Sol
raiar,
E cura suas
feridas
Sem com a
arca contar.
Mas isso não
era novo,
Disso ele já
sabia,
Pois também
eram guerreiros,
Nosso herói
e a guria.
Enfrentavam
como leões
Os problemas
do dia a dia.
Mas aquilo
que sentia
Não era
coisa banal,
O olhar
daquela moça
Era algo sem
igual,
Gostaria de
isolá-la
Da ação de
todo o mal.
Foi ter com
o coronel,
Cheio de
terra e riquezas,
Mas só
dinheiro não compra
Uma vida
de belezas.
O coronel
bem que sabia
Da tal Arca
da Alegria,
Mas nunca a
encontrou
E vivia em
agonia.
Já no fim,
muito cansado,
Sentou-se no
chão a chorar.
Como poderia
sem a Arca
A linda
menina ajudar?
Resolveu um
certo dia
Ir no circo
perguntar,
Encontrou
com um palhaço
Que não
sabia falar.
O palhaço já
bem velho,
Com
sabedoria bastante,
Explicou com
sua mímica
Para o homem
soluçante,
Que ter a
posse da arca
Não era o
mais importante.
“Seu desejo
era encontrar
A Arca das
Alegrias
Para
transformar uma vida
Num mundo de
fantasias?
Mas isso é
impossível,
Nem com a
arca daria.
Transforme
os seus momentos
Num lindo
conto de fadas,
Crie com muito
amor
Histórias
bem encantadas.
Como eu no
picadeiro,
Faça muitas
palhaçadas.
E por trás
das cortinas
Quando a dor
da vida entrar,
Mostre que
está ali
Com a
ternura de um olhar.”
2 comentários:
Como crítica, nada especializada , como é perfeito essa capacidade de colocar sentimentos em palavras, criar estórias, fantasias encantadas e essa leveza... Obsv: a tua dívida só cresce rs . Dois beijos...
o que eu mais gosto é de fazer seu olho brilhar com uma estória bacana, encantada, mais tenho medo de não conseguir isso ultimamente... 3 beijos
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