Minha experiência de vida me fez ser
capaz de dividir o ser humano, sexualmente, em categorias distintas. Seres
humanos do sexo feminino podem ser, grosso modo, divididos em duas
categorias: sem sal e com sal. As
mulheres sem sal são as que geralmente sofrem de amor e se apaixonam pelos
dominadores, pelos cafajestes ou sofrem eternamente por um homem que nunca as
valoriza. As mulheres com sal são aquelas com carisma e visgo necessários para
conquistar e, se preciso for, dominar um homem. Geralmente, essas mulheres com
sal são assediadas o tempo todo e mantém uma meia dúzia de seres humanos do
sexo masculino lhes prestando pequenos favores pela vida toda, enquanto escolhem
um deles como companheiro, geralmente um em que elas tenham pleno domínio.
Já os seres humanos do sexo masculino são mais complicados de serem
divididos em apenas duas categorias, porque as características de cada uma
delas acabam se misturando em muitos deles. Mas, num esforço, podemos dividi-los,
também, em duas: pinto grande e pinto pequeno. Alerto que essa denominação não
se refere necessariamente às dimensões físicas do órgão. É muito mais uma metragem psicológica. E
deixo claro também que, ao fazer esta divisão, o grupo PG se torna minoritário,
porque os membros do grupo PP representam a infinita maioria dos homens. Inicio
esta história fazendo essa observação porque é exatamente sobre isso que ela
trata.
-
Letícia era uma legítima princesinha. Linda, gostosa, elegante e
acostumada a ter todas as suas vontades satisfeitas num estalar de dedos.
Namorava um play boy metido a besta que gostava muito mais do carro do que dela,
mas ambos se satisfaziam na relação. Ela por namorar um cara bonitão e bem
relacionado e ele por ter uma linda gatinha do lado para ser visto de mãos
dadas nos eventos sociais.
Letícia fazia mestrado em Farmácia e trabalhava num laboratório com mais
umas 20 pessoas. A maioria era homem. A parte feminina do laboratório, como de
praxe, a odiava. A beleza e a gostosura de Letícia causavam despeito e o
tratamento babão que ela recebia da parte masculina causava a mais profunda
sensação de fúria nas demais meninas.
Dentre os homens babões, Otávio
se destacava. Era o tipo PP clássico e havia se apaixonado por Letícia à
primeira vista. Otávio sempre sonhara com a mulher de sua vida. Mantinha
mentalmente todas as características dessa mulher perfeita e repassava
diariamente todas as cenas do amor eterno que viveria com ela, quando a
encontrasse. Era um apaixonado permanente pelo seu modelo mental de mulher. Várias
mulheres já haviam se encaixado nesse modelo mental ao longo dos 30 anos de
existência do pobre Otávio. O roteiro era sempre igual: paixão, servidão,
endeusamento, desilusão. Letícia era, simplesmente, o encaixe da vez.
Os outros exemplares masculinos mantinham, também, uma relação de quase
veneração por Letícia. Falavam de mansinho com ela, cercavam-na de mimos e
ficavam sempre na expectativa de alguma moral que ela pudesse dar-lhes.
Enquanto que a ala feminina mantinha-se à distância, sorrisos amarelos e, na
ausência de Letícia, tratavam de falar mal de seus atributos físicos. Afinal,
toda mulher tem celulite, segundo elas.
Letícia percebia tudo isso e sabia,
até por instinto, o limite onde poderia ir. Desfrutava dos favores de todos,
mas era com Otávio que ela ficava a maior parte do tempo. Letícia era um
clássico exemplar da mulher com sal e mantinha, assim como todas as outras do
mesmo tipo, um homem PP bem pertinho à sua disposição, devidamente alimentado
com migalhas de atenção. Otávio era esse PP.
O tempo foi passando e era claro para todo mundo ali o quanto Otávio
estava caído de encantos por Letícia. Inclusive o próprio já havia confessado
isto para Rodrigo, seu amigo e único homem daquele laboratório que olhava para
Letícia do modo certo, como uma patricinha gostosa metida à besta.
- Otávio, qual é meu camarada? Você
tem que decidir o que você quer. Amigo de mulher gostosa é veado e, caso não o
seja, se a mulher perceber que ele é frouxo, vira servo dela ou o típico amante
corno, que é aquele cara que pega uma mulher comprometida, se apaixona por ela
e fica sentindo ciúme do namorado ou do marido dela. E neste caso, o amante é
que vira o corno, sempre magoadinho, chorão e discutindo relação. Patético. Para
com isso, toma uma atitude.
- Mas o que eu faço?
- Bem, ela já sabe que você está
apaixonado e está te levando na conversa. Neste tipo de relação a mulher faz do
homem gato e sapato. Você não quer ser amigo ou o apaixonado escravo dela. Você
quer ser o homem dela. E, se você quiser ser o homem dela, aja como tal.
- Eu não sei o que fazer. Você acha
que eu devo me declarar para ela?
- Se declarar? Rodrigo deu uma
risada. Não é necessário, ela já sabe, todo mundo já sabe. Mulher e homem podem
até serem amigos, desde que não role paixão. Mas mesmo assim é perigoso, porque
um homem e uma mulher juntos sempre pode dar merda. Mas o cara tem que agir
como homem, mulher não gosta de cara molenga, fraco. Os hormônios de fêmea só
circulam com um macho por perto e não com um homem frágil e solícito.
Rodrigo sabia bem do que falava, mas tinha claro que esse discurso feito
para o seu amigo Otávio era tempo perdido. A merda já estava feita, a menina se
achava a gostosa e o Otávio estava, verdadeiramente, fodido.
-
Certo dia, Otávio chega todo sem graça para Rodrigo, na hora do almoço,
contando tudo o que havia ocorrido no dia anterior.
- Então foi isto, Rodrigo. Ela passou
a mão no meu rosto, disse que eu era um fofo e que gostava de mim. Só que tem
um namorado e que é para eu ter paciência. E me deu um selinho.
- Puta que pariu, que menina filha da
puta!
- Por que? Ela parecia sincera. Acho
que ela tá sofrendo.
- Tá sofrendo sim, mas é de dor de
barriga de tanto rir de você. Porra, essa garota é esperta, te enrola o tempo
suficiente para que você a ajude na tese dela. Na hora que a mesma tiver
terminada, ela te chuta.
- Será?
- Puta que pariu... Rodrigo não
acreditava no que estava ouvindo.
Rodrigo havia ficado chateado pelo seu amigo, gostava de Otávio e sabia
que ele iria sofrer mais uma vez. Mas, ao mesmo tempo, aquela história
despertou nele uma curiosidade. Essa Letícia é uma patricinha aproveitadora,
pensava. Essa constatação sobre Letícia o deixava intrigado.
O tempo passou e nada mudou, a não ser Rodrigo, que estudava
discretamente cada movimento de Letícia. Percebeu que ela era uma menina mimada
e que provavelmente nunca tinha tido um homem com coragem suficiente para dizer
um não bem sonoro no ouvido dela.
Dentro de um mês haveria um congresso na capital e todos do laboratório
já estavam se preparando para a viagem. Ficariam no mesmo hotel durante os
quatro dias de congresso. Otávio estava eufórico.
- Acho que lá no congresso, com a
convivência forçada no mesmo lugar o dia todo, ela não vai resistir. Disse
Otávio a Rodrigo, na véspera da viagem.
- Cara, tudo bem, espero que dê tudo
certo, mas eu acho que se ela tivesse alguma intenção com você já deveria ter
rolado algo independente de convivência forçada. Mas, boa sorte.
-
O congresso se desenrolava sem novidades. Todos passavam o dia no
recinto de apresentações de trabalhos e à noite curtiam um barzinho, uma boate,
a tal convivência forçada. Dois dias haviam se passado e o máximo que Otávio
tinha conseguido era ficar o tempo todo grudado em Letícia, enquanto essa
posava de musa intocável. Todos iam juntos para o recinto do congresso,
voltavam juntos, saíam juntos à noite e retornavam juntos para o hotel. Resumo
da ópera: Otávio ainda não havia ficado sozinho com Letícia. E Letícia fazia
sempre uma forcinha extra para que isto realmente não ocorresse.
Na noite do terceiro dia, Otávio havia tomado uma decisão. Todos iriam a
uma boate e Otávio levaria Letícia para o hotel sozinho e, segundo ele,
tentaria beijá-la. Otávio já havia tentado uma aproximação mais forte ao longo
do dia, incentivado por Rodrigo, mas Letícia alegou que, por ter um namorado,
era melhor que essas coisas fossem conversadas mais à noite.
Assim foi feito. Antes do término da balada, Otávio e Letícia deixaram a
boate rumo ao hotel, sob os olhares de todos. Menos de uma hora mais tarde,
Otávio retorna à boate.
- E aí, rapaz, como foi? Perguntou
Rodrigo ao avistar o amigo.
- Péssimo. Caminhamos até o hotel e
eu retomei a conversa sobre ficarmos juntos, disse a ela o que sinto, mas ela
disse que precisa antes conversar com o namorado, mas que gosta de mim. Me
disse para ter paciência. Mais uma vez me deu um selinho e entrou no hotel.
Rodrigo gostaria de ter desenrolado um discurso na lata do amigo,
detonando essa burguesinha metida e manipuladora, mas resolveu não dizer nada
do que pensava e sim, dar uma simples dica ao amigo.
- Otávio, esquece essa garota.
Esquece essa história, parte para outra. Se ela quisesse ficar com você, já teria
feito. Deixa isso para lá.
-
Ao descer para o café da manhã do dia seguinte, Rodrigo se depara com
uma cena que o entristeceu. Otávio estava todo manhoso sentado ao lado de
Letícia que, toda meiga, cercava-se de mimos do seu PP de plantão. Aquilo também
enfureceu Rodrigo, aquela garota precisava de uma lição, pensou.
Rodrigo se serviu e sentou-se à mesa com o restante do pessoal, incluindo
Otávio, que o olhava meio envergonhado. Participou das conversas, mas seu olhar
para Letícia havia mudado. Nunca ousara um olhar mais atrevido para ela por
respeito ao seu amigo, mas já era hora das coisas mudarem. A olhava com
malícia, discordava do que ela dizia de forma sarcástica e, num lance de
mestre, deu uma cartada certeira na auto-confiança da patricinha.
- Aproveita que você já terminou e vá
buscar um pouco mais de café para mim e para o Otávio. Ordenou.
Passaram-se uns três segundos de tensão. A mesa toda pareceu calar à
espera da reação de Letícia à ordem firme, porém casual, dada por Rodrigo. O
cara era um dos líderes do laboratório, um dos mais respeitados e queridos, e o
único que jamais fizera qualquer favor para Letícia. Esse cara havia dado um
comando para a patricinha e aguardava impassível o desfecho final.
Letícia, com cara de choro, se levantou, pegou as duas xícaras e foi em
direção à mesa do café. Otávio acompanhou tudo meio pálido, sem coragem de
encarar o amigo. A mesa toda, incrédula e satisfeita, sorriu internamente.
Letícia voltou, Otávio recebeu sua xícara com um meloso agradecimento.
Antes que ela pudesse sentar-se, Rodrigo ainda deu mais uma ordem, sem olhar
para ela, fazendo com que fosse novamente buscar um saquinho de açúcar. O café
da manhã prosseguiu normalmente, mas, sem que ninguém notasse, Letícia
discretamente buscava os olhos de Rodrigo.
-
No retorno ao cotidiano do laboratório nada aparentemente havia mudado,
todos continuavam na mesma, inclusive Otávio. Somente duas pessoas sabiam que
algo não continuava igual: Rodrigo e Letícia. A moça passou a olhar para
Rodrigo sempre com cara de medo ou de susto e, vez ou outra, o rapaz a
surpreendia com sua presença inesperada, como no momento em que a moça foi ao
almoxarifado buscar um reagente.
- Precisa de ajuda?
Num sobressalto, Letícia virou-se assustada.
- Nossa, que susto! Oi. Não, está
tudo bem, só vim pegar um reagente.
- Sua pesquisa está indo bem?
- É, está. Mas ainda tenho umas
dúvidas sobre como relatar alguns resultados. Você tem facilidade para escrever
suas coisas?
- Às vezes fico sem inspiração, mas
venho para o laboratório à noite, quando não tem mais ninguém, e o silêncio me
ajuda a pensar. Toda noite estou aqui.
Rodrigo saiu do almoxarifado com um sorriso leve nos lábios.
-
Eram 7 horas da noite e Rodrigo
havia chegado a pouco no laboratório para trabalhar mais sossegado. Pensava
melhor nas coisas no silêncio, sem a movimentação costumeira do dia. Estava
absorto em uma leitura na sala de estudos no fundo do laboratório, quando ouviu
baterem na porta de entrada. Atravessou um longo corredor que levava à porta da
frente e riu gostosamente por dentro ao se deparar com aquela figura ali, de
pé, olhando para ele.
- Que surpresa. O que te traz aqui à
essa hora?
Letícia vestia uma roupa de academia, calça de legging azul colada ao
corpo e um top preto salientando seus peitos.
- Oi, tudo bem? Passei para pegar meu
pendrive, mas não tenho a chave, aí me lembrei que você trabalha à noite.
- Pode entrar. Nem todo mundo tem a
chave justamente para evitar que venham aqui à noite, é perigoso. Venho mais
para estudar e escrever. Entre, pegue o que veio pegar e depois venha tomar um
café que acabei de fazer.
Rodrigo voltou para a sala de estudos enquanto Letícia mexia nas gavetas
de sua bancada. Cinco minutos depois, ela entrava na sala já de posse do seu
pendrive. Rodrigo lhe ofereceu uma xícara de café e se sentou em frente ao
computador, ficando Letícia de pé, encostada na grande mesa de estudos, de
frente para ele.
- Cadê o namorado?
- Não o vejo durante a semana. Deve
estar na casa dele.
- Você está vindo da academia?
- Não, ainda vou. Passei antes aqui
para pegar o pendrive.
- E esse bronzeado, onde você
conseguiu? Rodrigo sorria com malícia.
Letícia riu nervosa olhando para o corpo, como que verificando seu próprio
bronzeado.
- Deve ter uma marquinha linda. Deixa
eu ver? Disse, abrindo um sorriso.
- Ver o quê? Perguntou abrindo os
olhos.
- Deixa eu ver sua marquinha, para
ver se é bonitinha.
- Ai, não. Aqui não. Olhava
assustada, mas com olhos de menina sapeca.
- Vá até a porta e olha para o
corredor. Ordenou, sério.
Letícia obedeceu, foi até a entrada da sala de estudos e olhou para o
corredor que levava até a porta da frente do laboratório.
- Está vendo? O corredor é grande, a
porta da frente está fechada e ninguém vai chegar agora. Venha aqui e me mostra
a marquinha.
Letícia caminhou devagar e parou de frente para ele. Pegou do lado da
calça e desceu um pouco, mostrando sua marquinha lateral.
- Não é assim que eu quero ver.
Segurou Letícia com força, virou-a de costas para ele e desceu sua calça,
revelando uma bunda branquinha, contrastando com seu bronzeado.
- É isso que eu quero ver. Passou a
mão e beijou aquele rabo cheiroso. Letícia contraiu a musculatura com o contato
da língua de Rodrigo.
- Não, para. Você é louco. Encostou-se
na mesa, arrumando as calças.
- Eu sou louco e você é gostosa.
Deixa eu ver na frente. Abaixa um pouco para eu ver.
- Abaixar na frente, pra quê? Letícia
olhava com cara de passarinho com medo da cobra.
- Deixa eu ver se ela é depiladinha.
Vem aqui perto, vem. Mostra só um pouquinho.
- Você é muito atrevido. Você não vai
contar pra ninguém né?
- Ninguém vai saber. Vem, mostra.
Letícia se aproximou e abaixou um pouco a parte da frente da calça,
mostrando uma testa branquinha e um filetinho de pelos descoloridos em forma de
triângulo, bem acima da periquita. Uma delícia.
Antes que ela pudesse reagir, Rodrigo levantou-se e colocou a mão por
dentro da calça abaixada, segurou a moça pela nuca enquanto acariciava aquela
coisinha macia e molhada. Rolou um delicioso beijo de língua entrecortado pela
respiração ofegante da menina. Com carinho, levantou o top, liberando aquele
par lindo de peitos com os mamilos rosinha. Mamou um de cada vez, sentindo o
gosto daquela pele macia.
- É loucura fazer isto aqui, alguém
pode chegar. Disse Letícia sem muita convicção.
- Fica tranquila, vem cá. Disse abrindo
a braguilha e oferecendo seu brinquedo para a patricinha.
Letícia chupou, lambeu, babou. Obedecia a cada comando do seu novo macho
com prazer. Já completamente nua, foi colocada sentada sobre a mesa e, com as
pernas bem abertas, teve sua linda bucetinha rosa chupada e roçada pela língua
de Rodrigo. Sentia todo aquele prazer de olhos fechados, a boca semi-aberta e
com a respiração arfante.
Rodrigo colocou uma camisinha e penetrou a patricinha bem devagar,
entrando aos poucos todo dentro dela. Metia gostoso, com as pernas da garota em
volta da sua cintura, ora chupando os peitos, ora beijando-a na boca. Letícia
gemia de boca aberta.
- Ai, ai, hum, que gostoso, você sabe
fazer, que delícia, isso, mete...
Os minutos passavam-se naquele movimento intenso de corpos, agora já
suados e a ponto de gozarem.
- Não para, por favor, ai, ai, vou
gozar, ai, ahhhhhh...
-
A partir desse dia a patricinha sempre que podia recorria aos talentos
do bom Rodrigo. Enquanto Otávio permanecia apaixonado e subserviente à garota,
Rodrigo mandava bala na potranca quase toda a semana. Comia no carro, no
escurinho do estacionamento, comia no laboratório, comia no motel, em seu apartamento
e de quebra ainda deixava a linda patricinha limpá-lo, o que ela fazia com
muito prazer. Após ser devidamente fodida e dar um trato no apê, Letícia
deitava-se feito uma bebezinha no colo do Rodrigo, bem quietinha. Era ali, em
contato com aquele homem, que ela realizava seus instintos de mulherzinha,
devidamente satisfeita pelo seu macho.
-
O tempo passou e todos seguiram com suas vidas. Anos depois, Rodrigo se
encontra por acaso com Otávio numa loja no centro da cidade. Rolou um bate papo
saudoso dos tempos de faculdade e de laboratório, com promessas de marcarem um
barzinho para tomarem uma e relembrarem dos velhos tempos. Lembraram-se dos
amigos, das farras e lembraram-se de Letícia, aliás, Otávio lembrou-se dela.
- Rapaz, você se lembra da Letícia?
Perguntou Otávio.
- Claro, e me lembro de como você era
caidinho por ela. Disse, rindo.
- Pois é. Eu até consegui dar uns
beijinhos nela, mas ela era comprometida e aí não rolou nada de sério. Otávio
manteve um olhar fixo para o nada, um olhar de peixe morto, enquanto se
lembrava de sua paixão do passado.
- Verdade. Ela era uma menina séria
mesmo. Rodrigo manteve uma cara de paisagem enquanto ria por dentro.
Toca o telefone e Otávio atende com voz fraca e melosa. Sai de perto
para falar mais à vontade, mas Rodrigo podia ouvir fragmentos do que Otávio falava.
- Claro amor, não, só vim até o
centro comprar uma camisa. Claro, lógico amor, tudo bem... Te amo, beijo.
Voltou até onde Rodrigo estava e explicou que era sua esposa ao
telefone. Ela estava viajando num congresso fora do país e ligou para saber se
Otávio estava se comportando bem na ausência dela. Ela é muito ciumenta, comentou
com o amigo.
Rodrigo riu enquanto caminhava em direção ao seu carro. Tem coisas que
nunca mudam, pensou consigo mesmo.
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