quarta-feira, 30 de maio de 2012

Cordel Quase Encantado


Na Ponta da Agulha
Nasceu há muitos anos
no meio desse sertão
Uma menina brejeira,
graciosa encarnação.

Lá pras bandas da Agulha,
Luxo não tinha não,
Na casa do seu Cidalino
Era roupa, pouso e pão.

Enfim, aos 18 anos,
corajosa e destemida,
Saiu da amada Agulha
para enfrentar a vida.
Com as lições do velho pai
guardadas no coração,
Pegou a jardineira
E foi-se embora do sertão.

No caminho de sua vida
o perigo a espreitava,
Um dragão maledicente,
na beira da estrada,
Invadiu a jardineira,
levando nossa heroína
Pra sua tenebrosa invernada.

Medo não era o problema,
A moça tinha valor,
Corajosa como era,
enfrentou feito uma fera
O dragão devorador.

O problema era o tempo
Perdido na situação,
Pois a estrada de sua vida
Ainda estava em construção.

Nessa hora que se vê,
No meio da malvadeza,
Que sozinho não se consegue
Enfrentar a dureza.
Na vida a gente precisa
De ajuda prestimosa
Pra agüentar a caminhada
De uma estrada dolorosa.

Josiane se sentia
em total confusão,
A luta contra o monstro
Não tinha valia não.
Quando tudo parecia sem rumo,
nem direção,
surgiu o príncipe Robson,
valoroso e valentão,
salvador de muitas moças
por todo este sertão,
usando como a armas
a viola e o buticão.

Com tremenda galhardia e
Amor no coração,
Arrancou o grande Robson
o canino do dragão.
Ferida de Morte a fera,
Rolando que nem serpente,
deu um grito pavoroso
e morreu sem o seu dente.


Olhando pra sua amada,
nosso herói suspirou,
O caminho da sua vida
naquele instante mudou.
Nascia ali um casal,
amante e companheiro,
Com força pra conquistar,
se quisesse,
O mundo inteiro.

O fruto dessa união
agora é homem crescido,
Foi criança, foi menino
só lhe falta ser marido.
Caminhando ainda estão,
com sucesso e esperança,
Pra Agulha só retornam
no Natal ou pra festança.
A casa do seu Cidalino
agora tem muita bonança.

O velho ribeirão chora,
de birra e agunia,
Nunca mais vai ver pelada
A moça em estripulia.
Agora só o Robson
é que tem essa alegria.







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